Direção consciente. Fique vivo. Seja prudente.

Quem já teve ou conhece alguém que nos deixou. Assim como um  estalar de dedos.
É triste e doi. Por isso devemos aprender com esse preço caro que a vida nos proporciona. Pois nós somos os co-criadores de nossa própria realidade.

A Assembleia-Geral das Nações Unidas editou, em março de 2010, uma resolução definindo o período de 2011 a 2020 como a “Década de ações para a segurança no trânsito". O documento foi elaborado com base em estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) que contabilizou, em 2009, cerca de 1,3 milhão de mortes por acidente de trânsito em 178 países. Aproximadamente 50 milhões de pessoas sobreviveram com sequelas.
São 3 mil vidas perdidas por dia nas estradas e ruas ou a nona maior causa de mortes no mundo. Os acidentes de trânsito são o primeiro responsável por mortes na faixa de 15 a 29 anos de idade, o segundo na faixa de 5 a 14 anos e o terceiro na faixa de 30 a 44 anos. Atualmente, esses acidentes já representam um custo de US$ 518 bilhões por ano, ou um percentual entre 1% e 3% do produto interno bruto de cada país.
Se nada for feito, a OMS estima que 1,9 milhão de pessoas devem morrer no trânsito em 2020 (passando para a quinta maior causa) e 2,4 milhões, em 2030. Nesse período, entre 20 milhões e 50 milhões de pessoas sobreviverão aos acidentes a cada ano com traumatismos e ferimentos. A intenção da ONU com a "Década de ação para a segurança no trânsito" é poupar, por meio de planos nacionais, regionais e mundial, 5 milhões de vidas até 2020.
O Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, precedido por Índia, China, EUA e Rússia e seguido por Irã, México, Indonésia, África do Sul e Egito. Juntas, essas dez nações são responsáveis por 62% das mortes por acidente no trânsito.
O problema é mais grave nos países de média e baixa renda. A OMS estima que 90% das mortes acontecem em países em desenvolvimento, entre os quais se inclui o Brasil. Ao mesmo tempo, esse grupo possui menos da metade dos veículos do planeta (48%), o que demonstra que é muito mais arriscado dirigir um veículo — especialmente uma motocicleta — nesses lugares.
As previsões da OMS indicam que a situação se agravará mais justamente nesses países, por conta do aumento da frota, da falta de planejamento e do baixo investimento na segurança das vias públicas. “Se continuarmos no passo atual, caminhamos para nos colocar entre os três países do mundo que mais matam pessoas no trânsito”, afirma o especialista de trânsito Eduardo Biavati.

Torne-se um motorista consciente

Um trânsito agradável e seguro se faz de motoristas conscientes. E nós, motoristas que ainda estamos acordando para nossas reais responsabilidades, somos parte disso.
Mas espera aí, porque ainda estamos acordando para as nossas responsabilidades?
Já tiramos a carteira de motorista, fizemos o exame médico e psicotécnico, estudamos as aulas de mecânica e de direção defensiva!
O que é que está faltando?
Realmente, da forma como foi dita, parece que estamos contribuindo pouco com esse trânsito que tanto desejamos.
O que é que esse tal de motorista consciente tem de acordado, que nós não temos?
Bom, já vou logo avisando que eu não sou nenhum expert no volante, mas que justamente por isso e pela minha vontade em ser melhor, acredito que posso falar de igual para igual sobre as dificuldades que enfrentamos e compartilhar minhas sugestões de como podemos nos melhorar para superá-las.
Depois de algum tempo observando, conversando e analisando, consegui anotar essas  5 características e habilidades do motorista consciente :

Paciência
Atenção
Segurança
Planejamento
Cidadania
Bônus: Gentileza

#PaciênciaA paciência é o pilar da paz, seja no trânsito ou em qualquer espaço de convivência.
Então, a consequência mais natural para obter um trânsito tranquilo é que nos equipemos com essa preciosa virtude.
Agindo assim não alimentaremos as atitudes debilitadas de alguns companheiros menos esclarecidos.
Sinceramente, acredito que esse atributo é tão virtuoso, por si só, que se eu fosse pedir para guardar uma única palavra de todo esse texto, seria esta: paciência.
A paciência constrói, em todos nós, a resistência e o fortalecimento íntimo no trânsito e na vida.
Em especial, no espaço conturbado das ruas, avenidas e estradas, ela torna-se não só mantenedora da paz individual como também da paz geral, já que quando percebemos uma atitude agradável, logo nos sentimos motivados a imitá-la, favorecendo sua multiplicação.
O motorista consciente sempre exercita sua paciência!
#Atenção
A paciência é o que poderíamos chamar de elemento de suporte, pois ela auxilia para que suportemos a dificuldade e não causemos com isso maiores transtornos aos outros.
Mas ela por si só, não previne acidentes. E é aí que entra a outra característica fundamental presente num bom motorista: atenção.
Muitos ainda não perceberam o quanto é sério estar atento sob a direção de um veículo.
A “boa” técnica de direção cria uma falsa sensação de controle e o que mais se vê por aí é gente distraída atrás dos volantes e dos guidons, causando espanto e acidentes.
Estar atento faz a diferença entre você chegar em casa, no hospital, ou pior: não chegar.
É a atenção constante que te alerta a tomar as decisões ágeis e rápidas, que resultam na prevenção de problemas e acidentes.
No transito a nossa atenção é testada a todo instante, e por isso devemos repetir vigoroso apelo às nossas consciências para fugir do modo automático que a correria da vida nos coloca.
Nossa atenção é reflexo do nosso bem estar emocional, psíquico e físico; consequentemente se não estamos saudáveis o suficiente, devemos evitar a direção.
O motorista consciente busca sempre estar atento, pois a atenção é o primeiro elemento capaz de garantir a sua segurança e a dos outros.
#Segurança
As preocupações diárias são tantas que muitas vezes relegamos ao esquecimento certos princípios básicos de uma vivência tranquila.
Somente para alguns poucos, o ato de dirigir é uma profissão.
Para a grande maioria de nós: carros, motos, caminhões… são meros instrumentos que nos permitem ir de um lado a outro com agilidade ou por necessidade.
Então, como ferramentas que são, devemos nos lembrar do seguinte: quando essas ferramentas estão sendo utilizadas não devem machucar o operador ou qualquer um que estiver por perto.
Ou seja, nosso compromisso é garantir a nossa segurança e a de todos os outros ao nosso redor.
O motorista consciente sabe disso e vivencia isso da seguinte forma, antes de tomar uma decisão ele sempre se pergunta:
Com essa minha atitude eu estou garantindo a minha segurança e a daqueles à minha volta?
É uma pergunta simples, mas sua resposta age de forma muito contundente em nossos atos.
No manuseio do seu veículo o motorista consciente sempre busca a segurança em seus atos.
#Planejamento
Se colocamos a atenção como elemento de prevenção imediata dos acidentes, o planejamento é um passo além: uma visão mais ampla e experiente das possibilidades que os caminhos lhe oferecem.
Planejar é nada menos que um hábito para o motorista consciente. Os poucos minutos que ele gasta planejando, se refletem em dias, meses e até uma vida inteira de tranquilidade. Além disso, quem planeja gasta menos e pode se preocupar em gastar com sua família e amigos, do que no mecânico ou hospital.
É claro que não existe uma previsão do futuro, mas o planejamento diminui enormemente as dificuldades que aparecem.
É também uma forma de dizer que se preocupa, que se importa. Quem é desleixado ou esquecido sofre com seu carro e com o transito.
Exercitando o planejamento, o motorista consciente torna-se mais experiente, diminui as chances de repetir os mesmos erros, aumenta sua segurança e tranquilidade, e ainda demonstra respeito àqueles que dividem sua estrada.
A oportunidade favorece a mente preparada.
#Cidadania
Muito além das técnicas e dos conhecimentos, o homem se apresenta ao mundo pela sua relação com este.
Nós não vivemos sozinhos, e muito menos dirigimos sozinhos.
Uma vez que alcançarmos novos degraus das habilidades acima, poderemos sentir uma forte necessidade de passar adiante as nossas experiências. Nesse momento estaremos auxiliando a fechar o ciclo de evolução do motorista consciente:
fortalecer, perceber, praticar, aprender e compartilhar
Se puder, escreva.
Se puder, fale.
Ainda tímido? acene, gesticule, sorria.
Expresse-se como quiser, mas sempre se esforce para que o trânsito seja melhor
Se ainda não sentiu essa necessidade, não tem problema, tenha paciência pois cada um tem um tempo diferente.

Fonte. Senado Brasil
http://transitoconsciente.com.br